quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A Terra Prometida - Parte 1 - Canaã



Muitas vezes nas igrejas é pregado sobre a Terra Prometida, mas poucos sabem (referindo-se aos cristãos de maneira geral) o que é a terra prometida, por que foi prometida e geograficamente onde ela se localiza.

Esta série de textos tratará de sua significância e origem, dividindo-se em partes para uma melhor compreensão. A primeira parte tratará de sua origem tanto bíblica quanto geográfica. Canaã, o neto amaldiçoado de Noé.  

Conforme citado em meu texto “A Maldição de Noé”, o texto refere-se à maldição de Noé provocada por Cam sobre seu filho Canaã.
Link: http://despertarmetafisico.blogspot.com.br/2017/09/criacionismo-o-encontro-entre-ciencia-e_29.html

No livro de Gênesis diz:

25. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos.
26. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
27. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.

Gênesis 9:25-27

No site bíblia.org há uma excelente explicação sobre a pesada maldição proferida sobre seu neto, como consta a seguir:

“A questão que se levanta na maldição de Canaã é: por que Deus amaldiçoou Canaã pelo pecado de Cam? E mais, por que Deus amaldiçoou os Cananeus, uma nação, pelo pecado de um único homem”?

“A explicação que melhor parece responder a essas perguntas é que as palavras de Noé não foram só de bênção e maldição, mas também de profecia. Embora seja verdade que os pecados dos pais visitem os filhos, isso é somente “até a terceira e quarta geração” (Êxodo 20:5). Se esse princípio tivesse sido aplicado, todos os filhos de Cam deveriam ter sido amaldiçoados”.

“Pela revelação profética, Noé previu que as falhas morais demonstradas por Cam seriam manifestadas em sua totalidade em Canaã e em sua descendência. Levando isso em consideração, a maldição de Deus recai sobre os cananeus por causa da pecaminosidade prevista por Noé. A ênfase, então, está no fato de que os cananeus seriam amaldiçoados por causa do seu próprio pecado, não devido ao pecado de Cam. Creio que isso explique porque Canaã é amaldiçoado e não Cam, ou o restante de seus filhos".

"As palavras de Noé, portanto, contêm uma profecia. Canaã irá refletir mais amplamente as falhas morais de seu pai, Cam. E os cananeus irão manifestar essas mesmas tendências em sua sociedade. Devido à pecaminosidade dos cananeus prevista por Noé, a maldição de Deus é proferida. O caráter daqueles três indivíduos e o destino de cada um deles será refletido corporativamente nas nações que deles emergirem".

Fonte: https://bible.org/seriespage/nudez-de-no%C3%A9-e-maldi%C3%A7%C3%A3o-de-cana%C3%A3-g%C3%AAnesis-918-%E2%80%93-1032


Canaã, portanto, era filho de Cam e neto de Noé. Mas então, quem eram os famigerados cananeus? A Bíblia nos descreve sua descendência, a seguir:

15. E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete;
16. E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu,
17. E ao heveu, ao arqueu, ao sineu,
18. E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus.
19. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.

Gênesis 10:15-19


Os povos cananeus têm variadas descrições na Bíblia, alguns com muitos e outros com poucos detalhes. Primeiramente falarei de Sidom e Hete, e irei descrevê-los com as informações encontradas mais relevantes.  

Sidom, o primogênito de Canaã, também é o nome de uma cidade e existe até hoje no atual Líbano. Algumas vezes na Bíblia é confundida com Tiro, outra cidade que também existe até hoje naquele país. O site bíblia.com.br nos dá uma interessante descrição, a seguir:

“O filho mais velho de Canaã, o legendário fundador de Sidom (Gn 10:15). Uma antiga e rica cidade da Fenícia, edificada sobre um pequeno promontório que entra no mar Mediterrâneo. Em tempos antiquíssimos foi mais importante do que Tiro (Js 11:8 – 19:28 – Jz 18:7). Um antigo historiador afirma que os habitantes de Sidom fundaram Tiro – mas não há prova deste fato, a não ser chamarem-se sidônios os habitantes de Tiro. Os sidônios, porém, é que nunca são chamados tírios. Seja como for, esta circunstância tende a mostrar que nos tempos primitivos foi Sidom uma cidade de extraordinária influência”.

“Além disto, usa-se a palavra sidônios como sendo um nome genérico, significando os fenícios ou os cananeus (Js 13:6 – Jz 18:7,28). Na última passagem teria sido a cidade de Tiro mencionada, se fosse efetivamente de igual importância, porque era da mesma religião, e achava-se mais perto 32 km. Mas em tempos bíblicos estava geralmente Sidom subordinada a Tiro”.

“Sidom ficava nos limites de Zebulom: foi cedida a Aser, e ocupada – mas a idolatria dos seus habitantes, que não tinham sido expulsos, era um laço para os israelitas (Gn 49:13 – Js 13:6 – 19:28 – Jz 1:31 – 10:6 – 2 Sm 24:6 – 1 Rs 16:31,32). Do mesmo modo que Tiro, que fica uns 32 km ao sul, vivia Sidom em estreita aliança com os israelitas. Um dos seus reis foi Etbaal, pai de Jezabel, mulher de Acabe (1 Rs 16:31) – a cidade de Sidom foi denunciada pelos profetas (Is 23 – Jr 25:22 – 27:3 – 47:4 – Ez 28:21,22 – Jl 3:4 – Zc 9:2)”.

“Jesus visitou os sítios próximos de Sidom, afastados quase 80 km de Nazaré (Mt 15:21 – Mc 7:24 a 31) – os seus habitantes recorreram a Ele (Mc 3:8 – Lc 6:17) – estava sujeita ao governo de Henxies (At 12:20) – e foi residência de cristãos (At 27:3)”.

Fonte: http://biblia.com.br/dicionario-biblico/s/sidom/


A seguir uma extensa descrição de Hete, seu segundo filho. Os heteus foram um poderoso povo e estiveram presentes em importantes momentos na vida dos israelitas. Mais informações a seguir:

“Eram os descendentes de Hete, filho de Canaã. Até há poucos anos pouco se sabia a respeito dos heteus. Alguns críticos, afirmando que os heteus não eram mais que uma pequena raça de pouca importância, falavam deste povo como querendo negar o caráter histórico de 2 Rs 7:6. ‘Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós.’ Mas as descobertas que se têm feito justificam amplamente a narrativa bíblica”.

“Sabe-se já que os heteus constituíam um poder notável. Não muitos séculos antes do tempo do profeta Eliseu tinham disputado o império da Ásia ocidental aos egípcios – e, ainda que o seu poder havia declinado nos dias de Jorão, eram eles ainda formidáveis inimigos e úteis aliados, podendo comparar-se o seu domínio com o dividido reino do Egito, sendo o seu reino mais poderoso que o de Judá. Depois disto é que se não fala mais deste povo no A.T. Eles tinham chegado ao auge da grandeza, quando não estava ainda fundada a monarquia de Israel, ou mesmo antes de terem os israelitas conquistado a terra de Canaã”.

“Os heteus, a cujos príncipes e cidades se referem os posteriores livros históricos do A.T., estavam estabelecidos ao norte, sendo Hamate e Cades nas margens do rio Orontes os pontos mais meridionais. Mas o Gênesis fala de outros heteus (Gn 15:20). Abraão comprou a um heteu a cova de Macpela (Gn 23:10), e as duas mulheres de Esaú eram ambas daquele povo (Gn 26:34). Deve ser a estes heteus do sul que se refere a lista de Gn 10:15, e só assim se pode explicar a passagem de Ez 16:3,45, que ‘o pai’ de Jerusalém ‘era amorreu’, e a sua ‘mãe hetéia’. O profeta atribui a fundação de Jerusalém aos amorreus e aos heteus. Por consequência, os jebuseus, de cujas mãos a cidade foi arrancada por Davi, devem ter pertencido a uma ou a outra destas duas grandes raças, provavelmente a ambas, porque as duas nações estavam estreitamente entrelaçadas”.

“Os heteus eram um povo feio, de pele amarela, estando as suas feições mongólicas fielmente reproduzidas nos seus próprios monumentos e nos do Egito. Os seus olhos eram escuros, e tinham o cabelo preto formado em rabichos. Eram pessoas acaçapadas e fortes, ao contrário dos amorreus, que eram altos e de boa presença, com olhos azuis e cabelo louro. A colônia dos heteus na Palestina limitava-se a um pequeno distrito, nas montanhas de Judá: a sua força nacional existia bem longe, ao norte”.


“O povo dos amorreus era mais antigo, e foi entre uma parte deste que se estabeleceram os heteus, unindo-se com aqueles por casamentos recíprocos – mas não se sabe em que tempo foi isso. Fora das narrações bíblicas, tudo o que se conhece deste misterioso império dos heteus é fruto das investigações feitas nos monumentos do Egito e da Assíria, e dos estudos das inscrições encontradas nas ruínas da Ásia Menor, o centro do seu poder setentrional”.

“Sabemos pelas tabuinhas de Tel el Amarna que, estando o Egito enfraquecido, se apoderaram os heteus gradualmente dos seus postos avançados, até que, por fim, se acharam na fronteira setentrional da Palestina, sendo então o seu poder igual ao dos egípcios, que afinal foram obrigados a ceder aos heteus a Síria do norte. E assim, das suas primitivas habitações eles se foram estendendo, para o oriente, até ao rio Eufrates, em cujas margens estava Carquemis, a sua capital, e, para o ocidente, até ao mar Egeu, sendo a Capadócia o seu limite ao norte, e ao sul as tribos de Canaã”.



“Pelo século 12 a.C. eram ainda os heteus suficientemente fortes, para conterem os avanços dos reis assírios. Mas a esse tempo já não era um só o seu imperante. Depois, por mais de 200 anos, são silenciosas as inscrições. E é neste período de tempo que se forma o reino esplendoroso de Davi e de Salomão, aparecendo depois da separação das dez tribos de Israel o poder de Damasco. Os heteus conservaram Carquemis, até que esta cidade foi conquistada por Sargom, imperador da Assíria, em 717 a.C. A principal divindade dos heteus era a Terra, ou a ‘Grande Mãe’, apresentando cada cidade ou Estado uma forma especial daquela deusa”.

Na próxima postagem continuarei a descrição dos demais povos cananeus.


Continua na Parte 2



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