domingo, 1 de outubro de 2017

Criacionismo - Parte 9 - A Origem das Nações




[Recomendo que leiam as partes anteriores]

O capítulo 10 do livro de Gênesis é importantíssimo aos criacionistas, pois descreve o povoamento do mundo e a Tábua das Nações. Praticamente é neste capítulo em diante onde a fé encontra a História.

Contando de maneira resumida, no capítulo 10 descreve a descendência dos filhos de Noé e o povoamento da terra por suas famílias. Aqui se omite a história da Torre de Babel e a diversificação das línguas, da qual será contada no próximo capítulo.

No versículo 1 adiante diz:

1. Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio.


2. Os filhos de Jafé são: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.
3. E os filhos de Gomer são: Asquenaz, Rifate e Togarma.
4. E os filhos de Javã são: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
5. Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.

Jafé é o filho do meio de Noé. No versículo 5 diz que todos os gentios descenderam dele. Porém, o que é um “gentio”?

Basicamente, o termo quer dizer um “não-judeu”, mas seu significado vai muito mais além disso. O site abiblia.org diz:

“Gentio é o vocábulo português usado para traduzir a palavra hebraica goym ou gojim (em hebraico: singolar goy גוי, plural גוים), que indica quem não é judeu ou israelita. É uma palavra, com diferentes variações, que aparece mais de 550 vezes na Bíblia. Encontramos a primeira passagem em Gênesis 10:5, na descrição da assim chamada ‘tábua das nações’".

“O significado, em si, é simplesmente aquele de "povo", "etnia". De fato, aparece também passagem onde Israel é designado com esse termo, como na promessa feita a Abraão, em Gênesis 12:2: a sua descendência se tornará um "goy gadol" ("uma grande nação"). Com o tempo, ao invés, o termo foi usado sobretudo para indicar os povos diferentes dos judeus”.

“Paulo é chamado apóstolos dos gentios porque levou a mensagem de Cristo sobretudo às populações fora de Israel, aos pagãos, aos gregos e romanos, aos não-judeus. Paulo não era gentio, mas judeu, como podemos ler na sua carta aos Filipenses, em 4:5: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu”.
Fonte: http://www.abiblia.org/ver.php?id=4083

Em outro site, bíblia.com.br, temos uma ampla definição:

“Emprega-se esta palavra para significar aqueles povos que não eram da família hebraica (Lv 25:44 – 1 Cr 16:24, etc.). E usa-se o mesmo termo para descrever os incrédulos, como em Jr 10:25. De um modo geral, os gentios eram todos aqueles que não aceitavam que Deus se tivesse revelado aos judeus, permanecendo eles então na idolatria”.

“Tinha sido divinamente anunciado que na descendência de Abraão seriam abençoadas todas as nações – que as gentes se uniriam ao Salvador, e ficariam sendo o povo de Deus (Gn 22:18 – 49:10 – Sl 2:8 – 72 – Is 42:6 – 60). Quando veio Jesus Cristo, a sua resposta aos gregos implicava que grandes multidões de gentios haviam de entrar na igreja (Jo 12:20,24)”.

“Tanto na antiga, como na nova dispensação, não podia o povo de Deus aliar-se pelo casamento com os gentios. E nos seus primitivos tempos os judeus constituíam essencialmente uma nação separada das outras (Lv 20:23), e eram obrigados a conservar, para não se confundirem com os outros povos, o seu caráter moral, político e religioso, sob pena de duras sentenças (Lv 26:14 a 38 – Dt 28). Eram proibidos de se unirem pelo casamento com a parte remanescente das gentes conquistadas, que tinham ficado na Palestina (Js 23:7), para que não fossem castigados como o tinham sido seus antecessores (Lv 18:24, 25)”.

“Um amonita ou moabita era excluído da congregação do Senhor, sendo essa medida tomada até à décima geração (Dt 23:3), embora um idumeu ou egípcio tenha sido admitido na terceira. A tendência que se notava nos israelitas para caírem na idolatria mostra a necessidade da severidade empregada”.
Fonte: http://biblia.com.br/dicionario-biblico/g/gentios/

A seguir uma descrição etimológica do termo:


latim
grego
grego original
hebraico
hebraico original
Gentio
gens
éthnē
ἔθνη
goy
גוי




nokhri
נכרי

Portanto, os jafitas (filhos de Jafé) seriam os patriarcas desta gigantesca parcela da população mundial chamada de gentios.



Continuando, no versículo 6 diz:

6. E os filhos de Cam são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
7. E os filhos de Cuxe são: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sebá e Dedã.
8. E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra.
9. E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor.
10. E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.

Ninrode é um dos personagens mais notórios do pós-dilúvio. Há muitas lendas e teorias a seu respeito, inclusive de que sua história deu origem a várias mitologias antigas, inclusive a grega. Como falar de Ninrode deixaria o texto muito longo, seguem apenas alguns fragmentos interessantes:

“Ninrod foi a primeira tentativa de Satanás de formar um ditador mundial. Ele (Ninrode) foi o primeiro tipo de Anticristo. Ele fundou um reino EM OPOSIÇÃO ao reino de Deus e chefiou a construção de uma torre (Babel) para a adoração dos astros, e de uma cidade - Babilônia - onde se originou todo o sistema anti-Deus. Todas as religiões falsas do mundo têm sua origem na Babilônia”.
Fonte: http://solascriptura-tt.org/Seitas/Romanismo/Nacoes-NimrodeSemiramisMariaBabelBabilonia-Trois.htm

“O historiador judeu Flávio Josefo, em sua obra História dos Hebreus, descreve Ninrode como um grande tirano, que constantemente se dedicava a afastar os homens de Deus, fazendo com que confiassem em sua própria força, e atribuindo a submissão à Deus como um tipo de escravidão. Josefo atribui a Ninrode a construção da Torre de Babel, como um desejo de se vingar de Deus se Ele resolvesse inundar novamente a terra, além de concentrar em um só lugar a humanidade, contrariando a ordem de Deus para a dispersão da humanidade sobre a terra (Gn 9:7)”.

“Muitos historiadores tentam resolver, em termos de arqueologia, quem teria sido Ninrode. Uns acreditam que ele tenha sido Sargão de Agade, um grande guerreiro e caçador que conquistou toda a Mesopotâmia. Outros defendem que ele tenha sido o líder do movimento Ubaid em aproximadamente 3800 a.C., ou então, Gilgamesh, um lendário rei de Ereque”.

“Alguns sugerem que Ninrode possa ter sido a origem de algumas divindades cultuadas na antiguidade, e vêm uma ligação entre os feitos de Ninrode com a crença atribuída a Ninurta, o deus da guerra e da caça dos babilônicos e assírios, ou com Marduk, uma das principais deidades babilônicas".
Fonte: https://estiloadoracao.com/quem-foi-ninrode/


11. Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou a Nínive, Reobote-Ir, Calá,

A mesma Nínive do profeta Jonas (Jonas 1:1-2), antiga capital do Império Assírio, da qual existe até hoje no atual Iraque.


12. E Resen, entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade).
13. E Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim,
14. A Patrusim e a Casluim (donde saíram os filisteus) e a Caftorim.

Na bíblia de estudo Plenitude há uma interessante nota sobre a ilha de Caftorim:

“Casluim... filisteus... Caftorim: Caftor é a ilha de Creta, o país de origem dos filisteus que mais tarde invadiram e conquistaram a área costeira da Palestina. Ver Jr 47:4, Am 9:7”.  
Fonte: Bíblia de Estudo Plenitude, pag. 16, nota 10.14.

15. E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete;
16. E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu,
17. E ao heveu, ao arqueu, ao sineu,
18. E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus.
19. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.
20. Estes são os filhos de Cam segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.

Esta passagem descreve como os descendentes de Cam, o filho mais novo de Noé, são os atuais habitantes do Oriente Médio e da África.



21. E a Sem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de Éber, o irmão mais velho de Jafé.
22. Os filhos de Sem são: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã.
23. E os filhos de Arã são: Uz, Hul, Geter e Más.
24. E Arfaxade gerou a Selá; e Selá gerou a Éber.
25. E a Éber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra, e o nome do seu irmão foi Joctã.
26. E Joctã gerou a Almodá, a Selefe, a Hazarmavé, a Jerá,
27. A Hadorão, a Usal, a Dicla,
28. A Obal, a Abimael, a Sebá,
29. A Ofir, a Havilá e a Jobabe; todos estes foram filhos de Joctã.
30. E foi a sua habitação desde Messa, indo para Sefar, montanha do oriente.
31. Estes são os filhos de Sem segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, nas suas terras, segundo as suas nações.

Sem era o irmão mais velho dentre os três. Ele seria o pai de numerosas nações da Península Arábica e Oriente Médio, sendo ancestral direto de Abraão, patriarca de Israel. Os hebreus, da qual Abraão é pai, também herdariam seu nome de Sem, denominando-se hoje “semitas”.  


32. Estas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, nas suas nações; e destes foram divididas as nações na terra depois do dilúvio.
Gênesis 10:1-32



Continua na Parte 10.




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