terça-feira, 3 de outubro de 2017

Criacionismo - Parte 10 - A Torre de Babel




 
[Recomendo que leiam as partes anteriores]

Devido ao extenso estudo, este capítulo será dividido em duas partes. Nele veremos a história da Torre de Babel e a origem da variedade de línguas.

O versículo 1 do capítulo 11 diz:

1. E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.
2. E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.

Estima-se que a terra de Sinar refira-se à uma região da Mesopotâmia. A seguir uma definição etimológica da palavra:

“Sinar, Sinear ou (menos frequente) Shinear, (em hebraico שִׁנְעָר Šinʻar, na Septuaginta, Σεναάρ Senaar) é uma localidade geográfica bíblica de fronteiras incertas na Mesopotâmia. O nome pode ser uma decomposição do hebraico Shene neharot ("dois rios") ou Shene arim ("duas cidades"), ou do acadiano Sumeru”.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinar

O site dawnbible.com nos dá uma definição mais detalhada:

"As terras de Sinar e Assur referidas na Bíblia situam-se na área conhecida como Mesopotâmia, que significa a 'terra entre-os-rios'. Este antigo país é agora conhecido como Iraque, com apenas uma pequena parte do território original". 

"Nos tempos primitivos, a parte sul deste país era chamada de Babilônia, e a parte norte de Assíria. Ainda cedo, a planície sul era chamada de Sumer, a parte norte de Acade. A área é de aproximadamente 966 km de comprimento e 400 km de largura. É geralmente tratado como um retângulo através do qual correm dois grandes rios, Tigre e Eufrates. Esta área, há muito tem sido considerada pelos estudiosos como berço da raça humana".

Fonte: http://www.dawnbible.com/pt/2012/1201-hl.htm


3. E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal.

O betume foi usado na construção da Arca (Gn 6:14). Ao edificar a Torre, os sumérios (habitantes da planície de Sumer) usaram o mesmo material como argamassa. O betume é uma mistura líquida de alta viscosidade, usado até hoje na construção civil como impermeabilizante. A seguir uma foto do betume fresco:


4. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.

No versículo 4 começa a história da Torre de Babel, atribuída ao poderoso rei Ninrode (Gn 10:8-10). Há muitas especulações e teorias quanto à sua origem e existência. Alguns relacionam a história ao templo de Marduk, e outros dizem se tratar da torre de Nabucodonossor II. O site historiadomundo.uol.com.br diz:

“Segundo o Antigo Testamento (Gênesis 11:1-9), a torre foi construída na Babilônia pelos descendentes de Noé, com a intenção de eternizar seus nomes. A decisão era fazê-la tão alta que alcançasse o céu. Esta soberba provocou a ira de Deus que, para castigá-los, confundiu-lhes as línguas e os espalhou por toda a Terra”.

“Este mito é, provavelmente, inspirado na torre do templo de Marduk, nome cuja forma em hebraico é Babel ou Bavel e significa "porta de Deus". Hoje, entende-se esta história como uma tentativa dos povos antigos de explicarem a diversidade de idiomas. No entanto, ainda restam no sul da antiga Mesopotâmia ruínas de torres que se ajustam perfeitamente à torre de Babel descrita pela Bíblia”.

“Muitos arqueólogos relacionam o relato bíblico da Torre de Babel com a queda do famoso templo-torre de Etemenanki, na Babilônia, depois reconstruído pelo rei Nabopolasar e seu filho Nabucodonosor II. Dizem também que a torre foi um zigurate, uma construção piramidal escalonada”.

Fonte: http://historiadomundo.uol.com.br/babilonia/torre-babel.htm

Foto do (supostamente) Templo de Marduk:


Ilustração do Templo de Etemenanki:


Entretanto, o site da Revista Galileu divulga uma matéria trazendo evidências sobre a torre:

“Novo estudo sobre uma pedra encontrada na antiga Babilônia há cerca de um século pode comprovar a existência da Torre de Babel. Segundo o professor da Universidade de Londres Andrew George, no objeto há um desenho de uma torre com degraus e uma pessoa segurando uma lança e usando um chapéu de cone. “Abaixo há um texto que diz ‘zigurate’ [monumento em forma de pirâmide], ou ‘Templo da Babilônia'”, afirma ele em entrevista à Smithsonian”. 

“A pedra do século 6 a.C., para o especialista, mostra a primeira imagem real da Torre de Babel, evidenciando as sete camadas da estrutura, além de identificar um homem por trás de sua construção, o imperador Nabucodonosor II”.

“O objeto também revela detalhes da construção da estrutura, e mais importante, como Nabucodonosor a construiu. A história escrita na rocha é como a que está na Bíblia, o que aumenta as suspeitas do pesquisador”.

“De acordo com o Gênesis, primeiro livro da Bíblia, a Torre de Babel foi construída por descendentes de Noé, após o dilúvio. Segundo a história, o monumento teria sido criado para que os homens pudessem se comunicar com Deus, mas foi destruído porque o Todo Poderoso não gostava da soberba das pessoas”.

“Acredita-se que, se a construção existiu, ela estava situada na capital da Babilônia, Babel, e foi construída em forma de zigurate, ou seja, uma pirâmide com camadas terraplanadas”.

“Nabucodonosor II é considerado por muitos o maior imperador da Babilônia. Governou entre 604 a.C. e 562 a.C. e foi o responsável pela construção de canais, aquedutos e reservatórios por todo território do império”.

“O governante teve muito sucesso em seus embates, conquistando o território em que hoje fica Jerusalém e derrotando mais de uma vez os egípcios e os fenícios”.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/06/novas-evidencias-podem-provar-existencia-da-torre-de-babel.html


5. Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;
6. E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
7. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.

Aqui denota-se que Deus fala de si mesmo no plural. Provavelmente se refira ao termo Elohim, significando “deuses”, porém sempre tratado como um Deus único na Bíblia. A noção de Elohim, visto pela primeira vez em Gênesis 1:1, é a base para o entendimento da Trindade. Mais detalhes em minha postagem “A Santíssima Trindade – Uma Reflexão Sobre Sua Natureza”.

Quanto a variedade de línguas, há um estudo sobre a origem dos idiomas do mundo. Surpreendentemente, esta origem remete à região da Anatólia, sul da Turquia, não muito distante do Monte Ararate!

A seguir uma matéria da revista Super Interessante:

“Os estudos viriam confirmar a crença dos antigos. Segundo o linguista Cidmar Teodoro Pais, da USP, a comparação entre as várias línguas do planeta, tanto as ainda faladas quanto as já desaparecidas, revela efetivamente algumas características comuns que apontam para a possível existência de uma língua primeira, mãe de todas. Nesse ponto, a Linguística parece se afinar com as mitologias que descrevem a dispersão das línguas pelo mundo”.

“A mais conhecida delas é a história bíblica da Torre de Babel. Segundo o Antigo Testamento, a multiplicação das línguas foi um castigo de Deus à pretensão dos homens de construir uma torre cujo topo penetrasse no céu. As lendas chinesas contam que a divisão da língua original fez com que o universo “se desviasse do caminho certo”. Na mitologia persa, Arimã, o espírito do mal, pulverizou a linguagem dos homens em trinta idiomas. E um dos livros sagrados dos maias, o Popol Vuh, lamenta: “Aqui as línguas da tribo mudaram — sua fala ficou diferente. (…) Nossa língua era uma quando partimos de Tulán. Ai! Esquecemos nossa fala”.

“Descobriram os linguistas que esses idiomas descendem de um mesmo e único tronco, o indo-europeu, pertencendo, portanto à grande família das línguas indo-europeias que inclui também o grego, o armênio, o russo, o alemão, entre muitas outras. Hoje, aproximadamente a metade da população mundial tem como língua nativa um idioma dessa família”.

“As pesquisas mais recentes afirmam que o proto-indo-europeu era falado há cerca de 6 mil anos na Ásia e não na Europa Central. Dois trabalhos, um do americano Colin Renfrew, outro dos soviéticos Thomas Gamkrelidze e V.V. Ivanov, concordam ao apontar o berço do indo-europeu como o planalto da Anatólia, uma região que vai da Turquia à República da Armênia, que faz parte da União Soviética. Dali, movidos pela busca de terras férteis e de novos campos de caça, os indo-europeus migraram, há uns cinco milênios, seja para a Europa, seja para a Ásia”.

“Uma delas é a incrível semelhança de palavras entre as línguas indígenas da América pré-colombiana e idiomas falados pelos povos do Mediterrâneo e Oriente Médio. Por exemplo, os índios araucanos do Chile usam a mesma palavra que os antigos egípcios, anta, para designar o Sol e a mesma palavra que os antigos sumérios, bal, para machado. A palavra araucana para cidade é kar, semelhante a cidade em fenício, que é kart. Há mais: a palavra maia thallac, que designa “o que não é sólido”, é semelhante a Thallath, o nome da deusa do caos na antiga Babilônia. Curiosamente, thallac lembra ainda thalassa, mar em grego, e Tlaloc, o deus asteca da chuva. Shapash, o deus-sol dos fenícios, é também o deus-sol dos índios klamath, no Oregon, Estados Unidos. Essas misteriosas semelhanças escapam a qualquer tentativa de classificação”.

Fonte: https://super.abril.com.br/historia/antes-da-torre-de-babel/


No site ultimosegundo.ig.com.br há outra matéria, que diz:

“Usando metodologias usadas para montar árvores genealógicas, biólogos disseram ter conseguido resolver um dos maiores enigmas da arqueologia: a origem da família indo-europeia de idiomas”.

“Linguistas acreditam que os primeiros a falar a suposta “língua-mãe”, chamada de proto indo-europeu, eram pastores nômades e guerreiros que saíram de sua terra natal, as estepes ao norte do Mar Negro, há 4000 anos, e conquistaram a Europa e a Ásia. Uma teoria rival diz que, ao contrário, os primeiros a falar o indo-europeu eram os fazendeiros pacíficos na Anatólia, hoje na Turquia, há cerca de 9000 anos, que disseminaram sua língua pela enxada, não a espada”.

“O novo integrante do debate é o biólogo evolucionista Quentin Atkinson, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia. Ele e sua equipe analisaram o vocabulário atual e o alcance geográfico de 103 línguas indo-europeias e com a ajuda de computadores, retraçaram seus passos até sua origem mais estatisticamente provável”.

“O resultado, divulgado na edição desta semana do periódico científico Science, foi o apoio decisivo à teoria da Anatólia, em detrimento da teoria russa. Tanto a cronologia quanto a base da árvore genealógica dos idiomas indo-europeus “se encaixa com uma expansão agrícola que teria começado entre oito mil e 9500 anos atrás”, escreveram no estudo”.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-08-24/estudo-mostra-que-a-origem-das-maiores-dos-idiomas-esta-na-turquia.html


8. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
9. Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.

A seguir a origem etimológica de Babel:

“Em assírio é Bab-ilu, porta de Deus; o verbo hebraico balal significa confundir (Gn 10:10). Cidade na planície de Sinar, fundada por Ninrode. Depois do dilúvio, os sobreviventes viveram juntos até que alcançaram o Sinar. Aqui fizeram tijolos e edificaram uma cidade, que eles esperavam ser o centro do império do mundo (Gn 11)”.

“Talvez, como lembrança do dilúvio, eles pensassem em prevenir-se contra outra calamidade semelhante, edificando uma torre altíssima, identificada com Birs, agora Birs Nimrude. Mas os seus planos foram frustrados por Deus (Gn 11:5-8), que confundiu a sua linguagem e os obrigou a dispersarem-se sobre a terra”. 

Fonte: http://biblia.com.br/dicionario-biblico/b/babel/



Continua na Parte 11.




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