quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Criacionismo - Parte 11 - Ur dos Caldeus



 

[Recomendo que leiam as partes anteriores]

Continuação do capítulo 11. Neste texto veremos a descendência do mais importante dos filhos de Noé, o primogênito Sem. Em seguida, a historicamente gloriosa cidade de Ur e a origem do patriarca Abraão.

10. Estas são as gerações de Sem: Sem era da idade de cem anos e gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio.
11. E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos, e gerou filhos e filhas.

Aparentemente, Sem viveu 600 anos. Não é possível afirmar exatamente sua longevidade, mas há um consenso quanto à sua genealogia e idade conforme a tabela a seguir:

Nome
Nasceu
Morreu
Idade
Adão
0
930
930
Sete
130
1.042
912
Enos
235
1.140
905
Cainã
325
1.235
910
Maalaleel
395
1.290
895
Jerede
460
1.422
962
Enoque
622
987 (arrebatado)
365
Matusalém
687
1.656 (morto no ano do dilúvio)
969
Lameque
874
1.651
777
Noé
1.056
2.006
950
Sem
1.558
2.158
600
Dilúvio - Ano de 1.656
Arfaxade
1.658
2.096
438
Selá
1.693
2.126
433
Éber
1.723
2.187
464
Pelegue
1.757
1.996
239
Reú
1.787
2.026
239
Serugue
1.819
2.049
230
Naor
1.849
1.997
148
Terá
1.878
2.038
205
Abrão
2.008
2.183
175

12. E viveu Arfaxade trinta e cinco anos, e gerou a Selá.
13. E viveu Arfaxade depois que gerou a Selá, quatrocentos e três anos, e gerou filhos e filhas.
14. E viveu Selá trinta anos, e gerou a Éber;
15. E viveu Selá, depois que gerou a Éber, quatrocentos e três anos, e gerou filhos e filhas.
16. E viveu Éber trinta e quatro anos, e gerou a Pelegue.
17. E viveu Éber, depois que gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos, e gerou filhos e filhas.
18. E viveu Pelegue trinta anos, e gerou a Reú.
19. E viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos, e gerou filhos e filhas.
20. E viveu Reú trinta e dois anos, e gerou a Serugue.
21. E viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete anos, e gerou filhos e filhas.
22. E viveu Serugue trinta anos, e gerou a Naor.
23. E viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos, e gerou filhos e filhas.
24. E viveu Naor vinte e nove anos, e gerou a Terá.
25. E viveu Naor, depois que gerou a Terá, cento e dezenove anos, e gerou filhos e filhas.
26. E viveu Terá setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor, e a Harã.

Finalmente nasceria Abrão (posteriormente Abraão), o patriarca de muitas nações. Segundo a Bíblia, ele seria o patriarca do povo eleito de Deus, os israelitas. Alguns teólogos dizem que se iniciou nele a Revelação de Deus, a introdução da Lei Divina a Promessa da vinda do Messias.

Particularmente eu creio que esta promessa seja o cumprimento de uma profecia ocorrida muito antes, nos dias de Noé, quando Sem é abençoado pelo pai ao ouvir:

Bendito seja o Senhor de Sem, e seja-lhe Canaã por servo.    
Gênesis 9:26


27. E estas são as gerações de Terá: Terá gerou a Abrão, a Naor, e a Harã; e Harã gerou a Ló.
28. E morreu Harã estando seu pai Terá ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus.

Segundo a Bíblia, a cidade de Ur dos caldeus era a terra natal de Abraão. Três arqueólogos escavaram as ruínas desta cidade: John George Taylor (1854), Henry Reginald Hall (1919), e Charles Leonard Woolley (1932-1934). Grande parte dos achados arqueológicos da cidade se devem a esses três grandes homens.

Na página santovivo.net há uma interessante matéria, que diz:

“Taylor (o arqueólogo britânico) desenterrou porções de uma grande torre-templo ou zigurate (a montanha do céu), que ascendia em três pisos a uma altura de 21 metros. Em cada uma de suas quatro esquinas havia um nicho, onde existiam cilindros escritos (registros dos fundamentos), que traziam o nome da cidade, de seu fundador e daqueles que de vez em quando tinham reconstruído o zigurate. No quarto, com lixo acumulado de um templo próximo, havia uma coleção de tabuinhas cuneiformes. Em uma delas o rei Nabonido (556-536 a.C.), fazia referências à edificação e aos reparos periódicos do grande zigurate. Há também uma oração a Nannar, o deus Lua, pelo próprio rei e por seu filho Belsazar, para que fosse “guardado do pecado” e “estivesse satisfeito com a abundância da vida”. Estas e outras inscrições confirmam o relato bíblico sobre Belsazar (Daniel 5)”.


“Hall explorou o lado sudoeste do poderoso zigurate e deixou ainda mais exposta a área do templo”.

“Woolley completou as escavações em torno do grande zigurate e dos templos na área sagrada, e prosseguiu até deixar expostos dez quilômetros quadrados da cidade do tempo de Abraão. O arqueólogo encontrou largos desembocadouros, muitos edifícios comerciais e numerosas casas de dois pisos, com pátios, fontes, chaminés e sistemas sanitários. Havia capelas de adoração espalhados por todas as partes da área residencial, assim como edifícios escolares com livros de argila, que indicavam que os caldeus tinham ensinado leitura, escritura, aritmética, gramática e história. Foi encontrado um grande arquivo de registros do templo que revelava que a religião, inclusive os serviços do templo, eram sustentados mediante as ofertas das pessoas e mediante o comércio”.

“Woolley, depois de apuradas e científicas averiguações, concluíra que Ur, berço natal de Abraão, era mil anos mais antiga que o Egito e mil e quinhentos anos mais velha do que a Grécia. Ur dos Caldeus era a mais apurada civilização antiga. Seu adiantamento espantoso, exportou seu progresso por todo o mundo contemporâneo”.


“Foram realizadas sensacionais descobertas nos cemitérios. As tumbas reais continham objetos de ouro em abundância, prata, lápis-lazúli e outros materiais de menor valor. Em algumas tumbas havia até 68 esqueletos de pessoas que faziam parte da comitiva: guardas, músicos e criados que tinham marchado ao fosso da morte, em sacrifício, para que assim pudessem acompanhar a seu rei ou a sua rainha na outra vida. No contexto das religiões da Mesopotâmia, descobriu-se que em Ur, quando da morte do rei, sacrificava-se toda a sua família e seus servos”.

“A descoberta mais importante para os estudiosos da Bíblia foi um estrato de argila e areia limpas, depositado pelas águas de dois metros e meio de espessura, com indícios de ocupação em cima e em baixo, mostrando ‘uma ruptura definitiva na continuidade da cultura local’. O escavador disse a respeito disso: ‘Nenhuma subida comum dos rios deixaria atrás de si nada que sequer se aproximasse do volume dessa terraplenagem de argila... A inundação que depositou estes restos deve ter sido de uma magnitude sem paralelo na história local... Não pode haver nenhuma dúvida de que esta inundação foi o dilúvio das histórias e das lendas sumérias, o dilúvio no qual se baseou a história de Noé’”.

“O fim do império da cidade-estado de Ur, se deu por volta dos séculos 20 e 19 a.C.”.
Fonte: http://www.santovivo.net/gpage139.aspx


O site noticias.adventistas.org também descreve alguns detalhes deste achado arqueológico:

“Existe um certo debate sobre a exata localização de Ur, mas até o momento todas as informações levam a concluir que Tell-el- Muqayyar, o sítio arqueológico escavado por Wooley e sua equipe entre 1922 e 1933, não muito longe da atual Bagdá, seja de fato o local da antiga Ur. Tal cidade era um grande centro cultural, político, econômico e religioso por volta do ano 2200 a.C, como atestam inúmeros tabletes cuneiformes encontrados nas ruínas de el-Muqayyar. Sua grandeza foi alcançada pelo rei Ur-Nammu, e solidificada pelo seu filho e sucessor Shulgi, justamente na época em que Abraão viveu, de acordo com informações cronológicas do livro de Gênesis”.



“Sem dúvida a construção que melhor representa Ur é o seu zigurate, uma torre-templo dedicada ao deus-lua Nanna. São aproximadamente 25 metros de altura, e por ser uma região muito plana, qualquer um poderia avistar este edifício a alguns quilômetros de distância. Alguns têm sugerido que a população de Ur deveria ser em torno de 25 a 30 mil habitantes. Para estes, o sentimento da proteção de Nanna seria garantido com um simples olhar no horizonte, na direção de Ur”.
Fonte: http://noticias.adventistas.org/pt/coluna/luiz-gustavo/a-cidade-de-abrao/


29. E tomaram Abrão e Naor mulheres para si: o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher de Naor era Milca, filha de Harã, pai de Milca e pai de Iscá.
30. E Sarai foi estéril, não tinha filhos.

Sarai era meia irmã de Abrão por parte de seu pai, Terá. O site bible-facts.info nos informa os nomes das mulheres de Terá, segundo as tradições antigas:

"Abrão teve uma esposa chamada Sarai, filha de Terá através de uma segunda esposa (segundo tradições antigas, Terá primeiro casou-se com Iona, com quem teve Abraão, depois casou-se com Teevita, com quem teve Sarai)". 
Fonte: http://www.bible-facts.info/comentarios/vt/genesis/AbraaoeChamado.htm


Esta relação incestuosa era comum na época (como ainda é nos países islâmicos do Oriente Médio). Tal união é difícil de ser explicada (ou justificada), mas há algumas tentativas, a seguir:

PROBLEMA: Abraão admitiu que Sara, sua mulher, era realmente sua “irmã” (cf. Gn 17:15-16). Contudo, o incesto é claramente denunciado como pecado em muitas passagens bíblicas (cf. Lv 18:6; 20:17). De fato, o Senhor declarou: “Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe” (Dt 27.22).

SOLUÇÃO: Abraão não estava isento de pecado, como revela a sua mentira ao rei Abimeleque com respeito a Sara (Gn 20:4-5). E, de fato, ele admitiu que Sara era filha de seu pai e não de sua mãe; e que ela veio a ser sua mulher (cf. Gn 20:12). Entretanto, mesmo assim, não há prova de que Abraão tivesse violado uma lei por ele conhecida, por duas razões. Primeiro, as leis do incesto somente foram dadas por Moisés quase 500 anos depois de Abraão. Portanto, certamente ele não poderia ser responsabilizado por leis que ainda não tinham sido promulgadas.
Fonte: http://www.cacp.org.br/se-o-incesto-e-condenado-por-que-abraao-casou-se-com-sua-irma/

31. E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali.

Aparentemente não foi Abrão quem decidiu sair de sua terra, mas Terá, seu pai. Apesar disto, é admitido tradicionalmente que, de fato, foi Abrão quem teve o chamado ainda em Ur, conforme visto em Gênesis 15:7.

32. E foram os dias de Terá duzentos e cinco anos, e morreu Terá em Harã.
Gênesis 11:1-32

Aqui começa o capítulo 12.

1. Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.
3. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4. Assim partiu Abrão como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
Gênesis 12:1-4

No versículo 4 vemos que Deus chamou Abrão em Harã, não em Ur. Particularmente não sei dizer se a partida de Abrão está fora de sequência cronológica, mas talvez o versículo 1 evidencie que o chamado estava em Abrão (e não em Terá) desde sua estadia em Ur.


Continua na Conclusão.



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