domingo, 8 de outubro de 2017

Criacionismo - Parte Final



[Recomendo que leiam as partes anteriores]

Nesta série de postagens tracei um paralelo entre os relatos bíblicos e os fatos científicos. A Bíblia, apesar de ser um livro muito antigo (cerca de 1.600 anos de relatos), ainda conseguiu se mostrar muito atual apesar dos inúmeros avanços científicos dos últimos séculos, principalmente após a Renascença.

Obviamente, os dados nestes textos são passíveis de alteração ou complementação. A intenção aqui foi aproximar a teoria criacionista da Ciência, e não combater ou mesmo derrubar o modelo proposto pelo Evolucionismo.

A Parte 1 – O Encontro entre a Ciência e a Fé descreve a criação do Universo. Segundo a Ciência, o sol foi criado depois da Terra, conforme a sequência bíblica (Gn 1:1-3). Talvez, neste mesmo período, foi criada a Lua, apontada por Deus como a regente noturna (Gn 1:16). Os continentes foram erguidos dos abismos oceânicos, o que explica os vulcões submarinos e a movimentação das placas tectônicas (Gn 1:9-10). Inclusive foram encontradas no Canadá evidências que comprovam a idade da Terra (cerca de 4,28 bilhões de anos) e de seu estado primordial.

Entretanto, mencionei que o primeiro dia teria durado cerca de 9 a 15 bilhões de anos. Lembrem-se que ainda não existia o Sol na criação do Universo, portanto não se pode dizer o que conta como um dia para Deus. Apenas a humanidade segue o tempo sob a ordem cronológica (Cronos), mas para Deus a passagem de tempo é o Kairós. Para uma melhor compreensão disto, segue uma passagem bíblica:      

Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
2 Pedro 3:8

Na Parte 2 – O Pó da Terra, tracei um paralelo entre a criação da humanidade e a teoria evolucionista. Fósseis de primatas humanos datam até 39 milhões de anos atrás, mas os Homo Sapiens datam espantosamente menos, cerca de 250 a 300 mil anos.

A Ciência conclui que somos feitos de poeira das estrelas. Porém, a Bíblia diz que somos feitos do pó da terra (Gn 1:7). Ora, se somos feitos do pó da terra e a Terra feita de poeira das estrelas, logo temos a mesma origem em comum, sem nenhuma discrepância entre a descoberta científica e o relato bíblico.

 
Na Parte 3 – O Primeiro Homo Sapiens, sugeri que Adão não seria o primeiro homem, mas o primeiro homo sapiens. Esta ideia já foi proposta por grandes pensadores como Clive Staples Lewis e Teilhard de Chardin, como uma simbiose racional em defesa do Gênesis. Eu, no entanto, não tirei, complementei ou diluí de maneira nenhuma a veracidade da Bíblia, pois Adão e o Éden são as bases tanto do Velho quanto do Novo Testamento.  

O texto, entretanto, cita que mesmo a ideia evolucionista mais aceita entre os cientistas (a de que o homem veio da África) não pode ser absolutamente comprovada. Há indícios de que o homem primitivo (não aquele do Éden) não veio da África e sim da Ásia. Cientistas australianos foram mais ousados ao dizer que os ancestrais humanos encontradas em seu país não tem relação alguma com o africano, duvidando ainda mais da teoria evolucionista.

A Parte 4 – Eva, a Mãe de Todos os Viventes é talvez a parte mais importante desta série. Além de evidenciar a existência de uma serpente com patas (da qual eu não acredito ser a mesma da Bíblia), informei também sobre a Eva Mitocondrial.

Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, absolutamente todos os seres humanos descendem de uma única mulher. Eles afirmam que esta “Eva” seria uma mulher africana que viveu cerca de 200 mil anos atrás. As evidências genéticas apontam para a mitocôndria, que possui DNA próprio, diferente do núcleo celular. A única fonte para o DNA mitocondrial de um zigoto humano é a mãe, indicando aí que toda a humanidade teve um ancestral em comum.   

A Parte 5 – Os Nefilins faz uma estimativa do que a Bíblia quis dizer com “gigantes na terra”. O estudo sugeriu que o termo gigante (nephilim em hebraico) não referiu-se à elevada estatura dos homens, mas aos seus feitos grandiosos, corajosos e heroicos, tornando-se verdadeiros tiranos no passado (Gn 6:4). 

Mesmo a Bíblia citando o termo “filhos de Deus”, ou seja, os pais dos gigantes, ela não estava referindo-se a seres angelicais procriando com a raça humana. Provavelmente ela referiu-se à descendência de Sete (terceiro filho de Adão), obediente e temente à Deus, em oposição à descendência de Caim (filhas dos homens), da qual preferiu agarrar-se à sua natureza pecaminosa.

Na Parte 6 – O Dilúvio, ao descrever biblicamente o efeito devastador do dilúvio, o texto também acompanha as evidências científicas do evento, acentuando suas consequências na Terra. Segundo os cientistas, a crosta terrestre do pré-dilúvio possuía uma espessura de 10 km onde abaixo existia um manto aquático com metade do volume de água que temos hoje nos oceanos.

O mais interessante é que, ao irromper as fontes do abismo, o poder aplicado sobre a superfície terrestre (localizada hoje no meio do Oceano Atlântico) seria o equivalente a 1.800 trilhões de bombas de hidrogênio, ocasionando aí a separação e fragmentação do mega-continente que conhecemos como Pangeia. O dilúvio é comprovado hoje devido a inúmeros fósseis marinhos e conchas espalhados pelos desertos e altas montanhas de todo o mundo.


Na Parte 7 – O Monte Ararate, o texto contém duas informações importantes: as evidências arqueológicas da arca de Noé e a comprovação da existência de um oceano sob a superfície terrestre, citada na Parte 6. Com três vezes mais volume do que todos os oceanos visíveis, este oceano oculto a 660 km abaixo da superfície inundaria facilmente o planeta. Desta maneira, a ciência mais uma vez se aproxima da veracidade bíblica.

Mas, e quanto à arca? Apesar de muita especulação e ceticismo, há um site arqueológico que comprova o local de repouso da arca de Noé. As formações rochosas surpreendentemente coincidem com as dimensões da arca e, tratando-se de um local seco e de atividade vulcânica, vestígios de madeira neste mesmo local suscita a imaginação dos cientistas. Apesar da ausência cabal de provas, caso a arca seja encontrada, já não haverá mais dúvidas para não acreditar na existência de Deus.    

A Parte 8 – A Maldição de Noé trata do fim do dilúvio e do repovoamento da Terra. Aqui o destino dos filhos de Noé seria decidido no novo mundo que se revelava sob a misericórdia de Deus.
 
A maldição de Noé, que para muitos se tratava de uma profecia, daria início a uma rixa que duraria até os dias de hoje. Canaã, o filho de Cam, foi amaldiçoado por seu avô, tornando-se servo da descendência de seus dois tios, Sem e Jafé. Canaã tornaria-se pai de muitos povos, mas a região da qual eles possuíram seria dada à descendência de Abraão, por herança e promessa feitas por Deus. Esta região, hoje conhecida por Palestina, mais tarde seria o local de nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo.

A Parte 9 – A Origem das Nações trata da famosa Tábua das Nações. Aqui, Sem, Jafé e Cam receberiam a Terra por herança, povoando-a conforme sua descendência e seus termos. “Alargue Deus a Jafé” disse Noé a seu filho do meio, tornando-se ele o pai da maior parcela populacional do mundo, com seus filhos habitando da Europa até as Américas, conhecida como os gentios.

Cam foi o pai dos mais antigos e poderosos reis da antiguidade, sendo também o progenitor dos modernos africanos. Ninrode e os egípcios estão em sua descendência, sendo ele também pai de outros gentios. O primogênito Sem seria o mais importante filho de Noé, pois ele receberia a bênção da vinda do Senhor, estando em sua descendência o nascimento de Cristo. “Bendito seja o Senhor de Sem” disse Noé. Dele viriam o povo israelita e a Bíblia que conhecemos hoje. 

 
A Parte 10 – A Torre de Babel contém informações essenciais aos cristãos e não-cristãos. Além de evidenciar a existência de uma grande cidade (Babilônia) na Suméria, a Ciência também rastreia a origem de um idioma comum, mãe de todos os idiomas na Terra.

Coincidentemente este idioma tem origem na Anatólia, uma região que vai da Turquia até a Armênia, próximo de onde a arca de Noé repousou. Este idioma, conhecido cientificamente por proto-indo-europeu, seria a mãe de todos os idiomas, datando até 9.500 anos atrás. Surpreendentemente, algumas palavras de indígenas chilenos têm semelhança com palavras do outro lado do mundo, do vocabulário egípcio, grego e babilônico.    

Na Parte 11 – Ur dos Caldeus, a Bíblia testifica que a descendência de Sem seria agraciada com a manifestação do Senhor, como de fato aconteceu. Terá e seus filhos Abrão, Naor e Harã, viviam em Ur dos caldeus na Suméria. Abrão, sendo descendente direto de Sem, recebeu o chamado de Deus após a morte de seu pai em Harã (Gn 12:1-4).

Mas esta cidade, Ur dos caldeus, realmente existiu? A Parte 11 deixa claro que desde 1.854 d.C. foram encontradas evidências arqueológicas da cidade. As ruínas datam os 2.200 a.C. sendo ela mil e quinhentos anos mais velha que a Grécia e mil anos mais velha que o Egito Antigo. Adicionando a isto, ali também foram encontrados vestígios de uma colossal inundação, apontando aos dias do dilúvio. Tais relatos reafirmam a veracidade histórica da Bíblia.

Dados os fatos apresentados, seria fanatismo ou alienação religiosa crer que o Criacionismo é verdadeiro? Em um mundo onde a cada descoberta a Ciência se enche de dúvidas e o Evolucionismo torna-se menos plausível, é imprudente, ou até desinteligente, crer que tudo o que vemos foi obra de um Criador?

Duvidavam do Homem criado do pó da terra, da arca de Noé, do dilúvio, da Torre de Babel, da origem dos idiomas, da mãe de todos os viventes... E mesmo a Ciência avançando a passos largos, ainda assim não pôde derrubar os relatos bíblicos em sua totalidade. 

Diante deste incômodo problema, teria ele ainda solução? E sua aliviante resposta viria de quem? Dos “arcaicos” e “ultrapassados” relatos bíblicos ou da confusa e cheia de dúvidas Ciência? Será necessária paciência para aguardar a comprovação científica ou podemos reduzir nossas dúvidas e indagações sobre nossa própria origem a uma questão de fé?

Novamente eu repito: tudo o que eu escrevi aqui está passivo de alteração ou complementação. Meu maior interesse não está na defesa egoísta da religião, mas sim na busca sincera e humilde da Verdade.

De qualquer maneira, fico com a afirmação do físico Adauto Lourenço que, ao concluir sua resposta sobre a existência da Eva Mitocondrial, honrosamente declarou:

“Toda a Ciência devidamente estabelecida e toda a Bíblia corretamente interpretada nunca entrarão em contradição”.



- Eduardo Domingues




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