[Recomendo que leiam as partes anteriores]
Nesta série de postagens tracei um paralelo entre os relatos bíblicos e
os fatos científicos. A Bíblia, apesar de ser um livro muito antigo (cerca de
1.600 anos de relatos), ainda conseguiu se mostrar muito atual apesar dos
inúmeros avanços científicos dos últimos séculos, principalmente após a
Renascença.
Obviamente, os dados nestes textos são passíveis de alteração ou
complementação. A intenção aqui foi aproximar a teoria criacionista da Ciência,
e não combater ou mesmo derrubar o modelo proposto pelo Evolucionismo.
A Parte 1 – O Encontro entre a
Ciência e a Fé descreve a criação do Universo. Segundo a Ciência, o sol foi
criado depois da Terra, conforme a
sequência bíblica (Gn 1:1-3). Talvez, neste mesmo período, foi criada a Lua,
apontada por Deus como a regente noturna (Gn 1:16). Os continentes foram
erguidos dos abismos oceânicos, o que explica os vulcões submarinos e a
movimentação das placas tectônicas (Gn 1:9-10). Inclusive foram encontradas no
Canadá evidências que comprovam a idade da Terra (cerca de 4,28 bilhões de anos) e de seu estado primordial.
Entretanto, mencionei que o primeiro dia teria durado cerca de 9 a 15
bilhões de anos. Lembrem-se que ainda não existia o Sol na criação do Universo,
portanto não se pode dizer o que
conta como um dia para Deus. Apenas a humanidade segue o tempo sob a ordem
cronológica (Cronos), mas para Deus a passagem de tempo é o Kairós. Para uma
melhor compreensão disto, segue uma passagem bíblica:
Mas, amados, não
ignoreis uma coisa, que um dia para
o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
2 Pedro 3:8
2 Pedro 3:8
Na Parte 2 – O Pó da Terra, tracei
um paralelo entre a criação da humanidade e a teoria evolucionista. Fósseis de
primatas humanos datam até 39 milhões
de anos atrás, mas os Homo Sapiens datam espantosamente menos, cerca de 250 a 300 mil anos.
A Ciência conclui que somos feitos de poeira das estrelas. Porém, a
Bíblia diz que somos feitos do pó da terra (Gn 1:7). Ora, se somos feitos do pó
da terra e a Terra feita de poeira das estrelas, logo temos a mesma origem em comum, sem nenhuma
discrepância entre a descoberta científica e o relato bíblico.
Na Parte 3 – O Primeiro Homo
Sapiens, sugeri que Adão não seria o primeiro homem, mas o primeiro homo
sapiens. Esta ideia já foi proposta por grandes pensadores como Clive Staples
Lewis e Teilhard de Chardin, como uma simbiose racional em defesa do Gênesis.
Eu, no entanto, não tirei, complementei ou diluí de maneira nenhuma a
veracidade da Bíblia, pois Adão e o Éden são as bases tanto do Velho quanto do
Novo Testamento.
O texto, entretanto, cita que mesmo a ideia evolucionista mais aceita
entre os cientistas (a de que o homem veio da África) não pode ser absolutamente comprovada. Há indícios de que o homem
primitivo (não aquele do Éden) não veio da África e sim da Ásia. Cientistas australianos foram mais ousados ao dizer que os
ancestrais humanos encontradas em seu país não tem relação alguma com o
africano, duvidando ainda mais da teoria evolucionista.
A Parte 4 – Eva, a Mãe de Todos os
Viventes é talvez a parte mais importante desta série. Além de evidenciar a
existência de uma serpente com patas (da qual eu não acredito ser a mesma da
Bíblia), informei também sobre a Eva Mitocondrial.
Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, absolutamente todos os seres humanos descendem de uma
única mulher. Eles afirmam que esta
“Eva” seria uma mulher africana que viveu cerca de 200 mil anos atrás. As
evidências genéticas apontam para a mitocôndria, que possui DNA próprio,
diferente do núcleo celular. A única fonte para o DNA mitocondrial de um zigoto
humano é a mãe, indicando aí que
toda a humanidade teve um ancestral em comum.
A Parte 5 – Os Nefilins faz
uma estimativa do que a Bíblia quis dizer com “gigantes na terra”. O estudo
sugeriu que o termo gigante (nephilim em hebraico) não referiu-se à elevada estatura dos homens, mas aos seus feitos
grandiosos, corajosos e heroicos, tornando-se verdadeiros tiranos no passado (Gn 6:4).
Mesmo a Bíblia citando o termo “filhos de Deus”, ou seja, os pais dos
gigantes, ela não estava
referindo-se a seres angelicais procriando com a raça humana. Provavelmente ela
referiu-se à descendência de Sete
(terceiro filho de Adão), obediente e temente à Deus, em oposição à
descendência de Caim (filhas dos
homens), da qual preferiu agarrar-se à sua natureza pecaminosa.
Na Parte 6 – O Dilúvio, ao
descrever biblicamente o efeito devastador do dilúvio, o texto também acompanha
as evidências científicas do evento, acentuando suas consequências na Terra.
Segundo os cientistas, a crosta terrestre do pré-dilúvio possuía uma espessura
de 10 km onde abaixo existia um
manto aquático com metade do volume
de água que temos hoje nos oceanos.
O mais interessante é que, ao irromper as fontes do abismo, o poder
aplicado sobre a superfície terrestre (localizada hoje no meio do Oceano
Atlântico) seria o equivalente a 1.800
trilhões de bombas de hidrogênio, ocasionando aí a separação e fragmentação
do mega-continente que conhecemos como Pangeia.
O dilúvio é comprovado hoje devido a inúmeros fósseis marinhos e conchas
espalhados pelos desertos e altas montanhas de todo o mundo.
Na Parte 7 – O Monte Ararate, o
texto contém duas informações importantes: as evidências arqueológicas da arca
de Noé e a comprovação da existência de um oceano sob a superfície terrestre,
citada na Parte 6. Com três vezes mais
volume do que todos os oceanos visíveis, este oceano oculto a 660 km abaixo da superfície inundaria
facilmente o planeta. Desta maneira, a ciência mais uma vez se aproxima da
veracidade bíblica.
Mas, e quanto à arca? Apesar de muita especulação e ceticismo, há um site
arqueológico que comprova o local de
repouso da arca de Noé. As formações rochosas surpreendentemente coincidem com
as dimensões da arca e, tratando-se de um local seco e de atividade vulcânica,
vestígios de madeira neste mesmo local suscita a imaginação dos cientistas. Apesar
da ausência cabal de provas, caso a arca seja encontrada, já não haverá mais
dúvidas para não acreditar na existência de Deus.
A Parte 8 – A Maldição de Noé trata
do fim do dilúvio e do repovoamento da Terra. Aqui o destino dos filhos de Noé
seria decidido no novo mundo que se revelava sob a misericórdia de Deus.
A maldição de Noé, que para muitos se tratava de uma profecia, daria início a uma rixa que duraria até os dias de hoje. Canaã, o filho de Cam, foi amaldiçoado
por seu avô, tornando-se servo da descendência de seus dois tios, Sem e Jafé. Canaã
tornaria-se pai de muitos povos, mas a região da qual eles possuíram seria dada
à descendência de Abraão, por
herança e promessa feitas por Deus. Esta região, hoje conhecida por Palestina, mais tarde seria o local de
nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo.
A Parte 9 – A Origem das Nações
trata da famosa Tábua das Nações. Aqui, Sem, Jafé e Cam receberiam a Terra por
herança, povoando-a conforme sua descendência e seus termos. “Alargue Deus a
Jafé” disse Noé a seu filho do meio, tornando-se ele o pai da maior parcela populacional do mundo,
com seus filhos habitando da Europa até as Américas, conhecida como os gentios.
Cam foi o pai dos mais antigos e poderosos reis da antiguidade, sendo também o progenitor dos modernos africanos. Ninrode e os egípcios estão
em sua descendência, sendo ele também pai de outros gentios. O primogênito Sem
seria o mais importante filho de
Noé, pois ele receberia a bênção da vinda do Senhor, estando em sua descendência o nascimento de Cristo. “Bendito
seja o Senhor de Sem” disse Noé. Dele viriam o povo israelita e a Bíblia que
conhecemos hoje.
A Parte 10 – A Torre de Babel contém
informações essenciais aos cristãos e não-cristãos. Além de evidenciar a
existência de uma grande cidade (Babilônia) na Suméria, a Ciência também
rastreia a origem de um idioma comum, mãe de todos os idiomas na Terra.
Coincidentemente este idioma tem origem na Anatólia, uma região que vai da Turquia até a Armênia, próximo de
onde a arca de Noé repousou. Este idioma, conhecido cientificamente por
proto-indo-europeu, seria a mãe de todos os idiomas, datando até 9.500 anos atrás. Surpreendentemente,
algumas palavras de indígenas chilenos têm semelhança com palavras do outro
lado do mundo, do vocabulário egípcio, grego e babilônico.
Na Parte 11 – Ur dos Caldeus,
a Bíblia testifica que a descendência de Sem seria agraciada com a manifestação
do Senhor, como de fato aconteceu. Terá e seus filhos Abrão, Naor e Harã,
viviam em Ur dos caldeus na Suméria. Abrão, sendo descendente direto de Sem, recebeu o chamado de Deus após a
morte de seu pai em Harã (Gn 12:1-4).
Mas esta cidade, Ur dos caldeus, realmente existiu? A Parte 11 deixa
claro que desde 1.854 d.C. foram encontradas evidências arqueológicas da cidade.
As ruínas datam os 2.200 a.C. sendo ela mil
e quinhentos anos mais velha que a Grécia e mil anos mais velha que o Egito
Antigo. Adicionando a isto, ali também foram encontrados vestígios de uma
colossal inundação, apontando aos dias do dilúvio.
Tais relatos reafirmam a veracidade histórica da Bíblia.
Dados os fatos apresentados, seria fanatismo ou
alienação religiosa crer que o Criacionismo é verdadeiro? Em um mundo onde a
cada descoberta a Ciência se enche de dúvidas e o Evolucionismo torna-se menos
plausível, é imprudente, ou até desinteligente, crer que tudo o que vemos foi
obra de um Criador?
Duvidavam do Homem criado do pó da terra, da arca de Noé, do dilúvio, da
Torre de Babel, da origem dos idiomas, da mãe de todos os viventes... E mesmo a
Ciência avançando a passos largos, ainda assim não pôde derrubar os relatos
bíblicos em sua totalidade.
Diante deste incômodo problema, teria ele ainda solução? E sua aliviante
resposta viria de quem? Dos “arcaicos” e “ultrapassados” relatos bíblicos ou da
confusa e cheia de dúvidas Ciência? Será necessária paciência para aguardar a
comprovação científica ou podemos reduzir nossas dúvidas e indagações sobre
nossa própria origem a uma questão de fé?
Novamente eu repito: tudo o que eu escrevi aqui está passivo de alteração
ou complementação. Meu maior interesse não está na defesa egoísta da religião,
mas sim na busca sincera e humilde da Verdade.
De qualquer maneira, fico com a afirmação do físico Adauto Lourenço que,
ao concluir sua resposta sobre a existência da Eva Mitocondrial, honrosamente declarou:
“Toda a Ciência devidamente estabelecida e toda a Bíblia corretamente interpretada nunca entrarão em contradição”.
- Eduardo Domingues
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