segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Criacionismo - Parte 6 - O Dilúvio




[Recomendo que leiam as partes anteriores]

No capítulo 7 do livro de Gênesis, diz:

1. Depois disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.

Logo no primeiro versículo, nota-se a importância de amar, temer e obedecer ao Senhor. A Terra estava coberta de maldade e violência (Gn 6:11), mas Noé, não imitando seus semelhantes, manteve-se manso e justo. A recompensa de Noé foi a conservação de sua vida, uma promessa que seria reiterada pelo próprio Jesus Cristo, quando disse:

5. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Mateus 5:5

2. De todos os animais limpos tomarás para ti sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea.
3. Também das aves dos céus sete e sete, macho e fêmea, para conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a terra.

Estes versículos tratam dos animais limpos e imundos, uma tradição hebraica estabelecida por Deus no livro de Levítico (capítulo 11). Entretanto, há um debate de que esta tradição foi abolida no livro de Atos (10:9-16), confirmada por Cristo no Evangelho de Marcos (7:14-23).

4. Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz.

No site Dicio.com.br, a definição para substância é:

  • [Filosofia] Princípio do ser, que é permanente, em oposição aos acidentes que mudam.
  • Qualquer espécie de matéria, corpo: substância dura, mole.
  • Natureza de uma coisa; essência: a substância não coincide com a aparência.
  • A parte mais nutritiva dos corpos; força, robustez, vigor: as plantas tiram a sua substância da terra.
  • [Figurado] Aquilo que há de essencial numa obra, num ato etc.; síntese, fundo: reter a substância do discurso.
  • [Química] Substâncias orgânicas, substâncias extraídas dos seres vivos ou criadas por síntese, e que contêm carbono e hidrogênio.
  • Substância, massa ou matéria cinzenta, o cérebro.

Em uma observação pessoal, Deus menciona uma substância em comum da qual se origina toda a sua criação. Tratado como uma “assinatura” de uma obra de sua autoria, nota-se aqui o sinal da Santíssima Trindade, da qual a substância é composta essencialmente por três: próton, nêutron e elétron; hidrogênio, oxigênio e carbono; líquido, sólido e gasoso; etc.

5. E fez Noé conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenara.
6. E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra.

Há uma controvérsia sobre o quanto de tempo durou a construção da arca de Noé. Alguns dizem que levou 120 anos (Gn 6:3), mas, conforme a própria leitura bíblica, este não foi o tempo de construção (e tampouco a redução da longevidade humana) e sim o prazo que restaria para a vida na Terra.

O site rochaferida.com.br nos dá uma excelente explicação, a seguir:

"A menção dos 120 anos que encontramos em Gênesis 6:3 nada fala a respeito do tempo exigido para construir a arca. Deus simplesmente pronunciou o julgamento a respeito da humanidade, dando-lhe um prazo de 120 anos, porém nada disse a respeito de como viria este julgamento. Não falou de um dilúvio, nem da arca, nesta ocasião". 

"A esta altura dos acontecimentos, Noé estava com 480 anos de idade, pois o dilúvio veio quando ele estava com 600 anos, ou seja, 120 anos mais tarde! Os filhos de Noé, Sem, Cão e Jafé ainda não haviam nascido. Eles só foram gerados quando Noé ultrapassou a casa dos 500 anos".

"Somente bastante tempo depois que eles nasceram é que Deus deu ordem para a arca ser construída. Os três filhos de Noé não somente já eram homens feitos quando Deus falou da arca, como já estavam CASADOS. Isto se infere claramente do texto bíblico (Gn 6:14-18)".

"Disto tudo concluímos que Noé não levou 120 anos construindo a arca. Pode, sim, ter pregado durante 120 anos, mas, quanto a construir a arca, isto pode ter tomado um espaço de tempo consideravelmente curto, de uns dois a cinco anos".
Fonte: http://www.rochaferida.com/2012/07/quanto-tempo-levou-para-noe-construir.html


7. Noé entrou na arca, e com ele seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos, por causa das águas do dilúvio.
8. Dos animais limpos e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra,
9. Entraram de dois em dois para junto de Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé.
10. E aconteceu que passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.

Provavelmente nestes sete dias Deus estivesse trazendo as tenebrosas nuvens da poderosa tempestade.

11. No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram,
12. E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.

A bíblia de estudo Plenitude faz uma interessante observação sobre o versículo 11, que diz:

“O dilúvio começou quando romperam-se todas as fontes do grande abismo. Tremores de terra sob o mar com alcance mundial e erupções vulcânicas ocorreram quase simultaneamente, ocasionando ondas oceânicas maciças que afetaram toda a terra. Isto pode também referir-se ao cataclismo que criou os continentes, separando e afastando estas porções gigantes de terra de sua unidade geográfica original (Gn 1:9-10)”.
Fonte: Bíblia de Estudo Plenitude, nota 7.11, pág. 13

Walt Brown, diretor do Centro de Criação do Estado do Arizona e ex-ateu evolucionista, faz uma afirmação semelhante:

“De acordo com seu livro (No Princípio: Evidências da Criação e do Dilúvio), a Terra era um lugar extremamente diferente antes de o dilúvio de Noé. Os oceanos eram muito mais rasos e as montanhas muito menores. Ele aponta ainda que não é por acaso que existem cerca de 230 relatos sobre uma grande inundação nas diferentes culturas do mundo. Quase todos eles possuem muitos elementos em comum, incluindo um sobrevivente e sua família e uma embarcação”.

“Brown afirma que ‘a profundidade da água seria de 3.000 metros em todos os lugares’, se a superfície da Terra fosse completamente lisa, e que isso cobriria as montanhas de baixa altitude que existiam na época do dilúvio”.

Aliando o relato bíblico a dados geológicos, ele procura mostrar como a própria Bíblia fala sobre torrentes subterrâneas de águas e que o dilúvio uniu água vinda “de baixo” e “de cima”.
‘Cerca de metade da água que temos agora nos oceanos estavam em câmaras localizadas a cerca de 10 quilômetros abaixo da superfície da terra’, explica Brown.

“Forças catastróficas empurraram blocos de terra e pedra para cima, formando montanhas com centenas ou até milhares de metros de altura”.

“Na crosta terrestre pré-dilúvio havia mares superficiais e mares subterrâneos. No entanto, nem toda a água subterrânea subiu para a superfície durante o dilúvio, afirma o cientista. Ele argumenta que os terremotos até hoje fornecem evidências de que ainda existem oceanos de água sob a crosta. Os canais subterrâneos de água podem transmitir rapidamente milhares de quilômetros de ondas de choque a partir do epicentro”.

“Efeitos dessa transmissão são evidenciados em torno dos lagos, onde a crosta é mais fina. Se as ondas de choque atingissem rocha sólida, em vez de água, os efeitos do terremoto nunca iriam se estender a grandes distâncias, como vemos muitas vezes”.

“A pressão da água sob os quilômetros de rocha ao longo dos séculos esticou a superfície como um balão inflável”, diz Brown. Se essa pressão foi liberada, uma crosta de 10 quilômetros de espessura “abriria-se como um rasgo em um pano bem esticado”, explica Brown. “A pressão das câmaras subterrâneas diretamente abaixo da ruptura caiu de repente [e] gerou uma fenda com milhares de quilômetros de profundidade”, explica. Seria o equivalente ao impacto de 1.800 trilhões de bombas de hidrogênio, que rasgaram a crosta terrestre no meio do Atlântico”.

“Ásia, Europa, África e as Américas eram um bloco único de Terra, no que é agora o Oceano Atlântico”, afirma Brown, acrescentando que foi essa “ruptura” que separou os blocos de terra que hoje chamamos de continentes”.
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/cientista-cristao-apresenta-novas-provas-do-diluvio-biblico/


Avançando ao versículo 16, a bíblia diz:

16. E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro.
17. E durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra, e cresceram as águas e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a terra.
18. E prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca andava sobre as águas.
19. E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos.
20. Quinze côvados acima prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos.

Quinze côvados acima significa que a água cobriu os montes mais altos em pelo menos 7 metros. Em uma observação pessoal, talvez isto indique que o dilúvio foi local, e não global. Considerando, por exemplo, o Monte Everest, veremos que sua altura é de 8.848 metros. A esta altitude, o ar é rarefeito e a temperatura é baixíssima (-40 a -70°C). A não ser que Deus estivesse protegendo a arca, é difícil imaginar que houvesse pressurização dentro de suas rudimentares estruturas de madeira e betume.

Entretanto, o site megacurioso.com.br revela um fato interessante sobre o elevado monte:

“Embora as montanhas do Himalaia tenham sido formadas há 60 milhões de anos, a história do Everest, na verdade, remonta de muito mais tempo. O calcário e o arenito da rocha no cume da montanha foram um dia parte de camadas sedimentares abaixo do nível do mar há 450 milhões de anos atrás. Incrível, não é”?

“Com o tempo, as rochas do fundo do mar foram forçadas e empurradas para cima a uma velocidade de até 11 centímetros por ano, atingindo a posição atual. O mais surpreendente é que as formações superiores do Everest contêm fósseis de criaturas marinhas e conchas que um dia ocuparam o oceano”.

“O explorador Noel Odell foi o primeiro que descobriu os fósseis embutidos dentro de rochas do Everest em 1924, provando que a montanha já esteve debaixo do mar”.
Fonte: https://www.megacurioso.com.br/terra/43195-confira-8-curiosidades-sobre-o-monte-everest.htm

Obviamente este período não se trata do dilúvio ou de Noé, mas pode corroborar os versículos de Gênesis quanto a origem dos continentes (Gn 1:9-10).


21. E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem.
22. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu.

No versículo 27 novamente a bíblia menciona o espírito como o fôlego de vida (do grego “pneuma”). Mais detalhes em meu texto “O que é Espírito?”.

23. Assim foi destruído todo o ser vivente que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.
24. E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinquenta dias.
Gênesis 7:1-24

No site da revista Super Interessante, William Ryan e Walter Pitman dois oceanógrafos da Universidade de Columbia, afirmam que um dilúvio na região da Ásia Menor e Oriente Médio pode sim ter ocorrido. A seguir a matéria:

"Foi uma praga e tanto. Deus viu a terra cheia de violência dos homens e decidiu puni-los com uma chuva copiosa e torrencial. Choveu sem parar durante 40 dias e 40 noites e o mundo ficou inundado. As águas afogaram todos os humanos e animais, exceto aqueles que se refugiaram na arca de Noé. Depois que as águas baixaram, Noé desembarcou no Monte Ararat (na atual Turquia) e todos saíram da arca para se multiplicar novamente".

"A história do Dilúvio está narrada na Bíblia em quatro capítulos do Gênesis. Mas será que ele aconteceu de fato? Aos olhos da ciência, provavelmente sim. Pelo menos é o que dizem William Ryan e Walter Pitman, dois oceanógrafos americanos da Universidade Columbia. Para eles, a partir da análise de fósseis e sedimentos marinhos, o dilúvio foi uma invasão colossal do Mar Negro pelas águas do Mediterrâneo. O fato teria ocorrido cerca de 7 500 anos atrás, como consequência do degelo das calotas polares do último período glacial (há cerca de 12 mil anos)".

"O gelo derretido elevou o nível dos oceanos e rompeu uma barreira natural que impedia a passagem da água do Mediterrâneo para o Mar Negro (que era de água doce). O nível deste subiu 15 centímetros por dia e, em três anos, ficou 150 metros mais profundo. Nas tradições dos povos antigos, no entanto, existem inúmeras narrações de dilúvios causados por uma ofensa dos homens a uma divindade".

"Dilúvios regionais. Os cientistas não acreditam que houve um único dilúvio universal, mas, sim, que muitos povos guardaram a lembrança de um dilúvio local e a repassaram num sentido mais amplo. A história bíblica da Arca de Noé, nesse caso, é somente a mais conhecida no mundo ocidental. Só que, para teólogos e historiadores, o dilúvio não passa de uma representação simbólica, sem ligação com nenhum evento histórico que possa ter ocorrido há milhares de anos".
Fonte: https://super.abril.com.br/historia/o-diluvio-aconteceu/


O site historialivre.com lista em quais civilizações do mundo há o mito do dilúvio:
  • Greco-romana
  • Maia
  • Suméria (tratando do famoso mito do Gilgamesh)
  • Hebraica
  • Assíria

Porém, a citação mais interessante é da comprovação científica, que diz:  

“Segundo a geologia moderna, o dilúvio realmente ocorreu na região do Crescente Fértil, porém não há comprovação de sua extensão global. Geólogos afirmam com base em estudos da erosão e das marcas geológicas que o dilúvio teria ocorrido em escala local, porém abrangendo todo mundo conhecido da época. Onde haviam civilizações, houve o dilúvio. Mas como explicar que uma cultura tão distante como a Maia tenha incorporado tal história em sua carta de mitos. Teria sido o dilúvio mundial”?

"Há evidência muito forte, fora do livro de Gênesis, com respeito à destruição da raça humana, cuja única exceção é uma família. Inúmeras tribos selvagens, espalhadas pelo mundo, conservam a tradição de um dilúvio. Existem possíveis registros arqueológicos, como tantas evidências diretas de um dilúvio." (Bíblia Shedd).

“A revista Super Interessante em sua edição de maio de 1995, afirma que não existem dúvidas sobre a ocorrência do dilúvio, porém não se pode definir a extensão precisa deste ocorrido, o que se pode afirmar é que ele abrangeu todo mundo conhecido da época”.

“Mas sobre histórias mitológicas como a dos Maias, não há estudo que aponte sua relação como o dilúvio dos povos do antigo Fértil Crescente, o que se pode afirmar é que pode ser uma coincidência ou então uma tradição trazida com os primeiros a chegarem a América. Esta última é a versão mais aceita no meio científico”.

“Sobre o dilúvio, não restam dúvidas, ele ocorreu realmente, porém, quanto a sua extensão, não se pode afirmar nada de concreto, mas segundo a arqueologia e a geologia contemporâneas, este ocorreu somente na região do Fértil Crescente, o que era, então, o mundo conhecido da época”.
Fonte: http://www.historialivre.com/univerzo/diluvio.htm
 


Continua na Parte 7.




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